quinta-feira, 13 de março de 2014

Os Narcisos, o meu alpendre e o que eles significam

Olá a todos!
 
Hoje, como prometido, venho terminar a história sobre a aventura dos meus Narcisos. Como podem ler no artigo anterior, um dia, resolvi plantar uns bolbos de Narcisos que tinha comprado. Plantei-os sem grande esperança mas, passados 4 meses eles floresceram e fazem a beleza do meu inexperiente jardim.
 
Tenho lá outras espécies de flores plantadas mas, este ano, ainda estão preguiçosas e nem estes dias primaveris fizeram com que as plantinhas resolvessem espreitar cá para fora.
 
Tenho cá uma ideia de que, se tudo correr bem, este ano, vou ter o meu pequeno jardim cheio de flores! Vai ser inédito!!
 
Mas hoje, venho falar-vos desta belíssima e delicada planta! Para quem não sabe, o nome desta planta foi inspirado num mito greco-romano. Existem muitas variações deste mito mas de um modo geral e resumido, o mito conta a história de Narciso, um belíssimo rapaz, filho do Deus do Rio Céfiso e de uma Ninfa.
No mito, Narciso era amado por muitas raparigas e ninfas pois a sua beleza era inigualável mas, Narciso era "imune" ao amor dessas jovens pois achava que ninguém era suficientemente bom para ele. Na altura do seu nascimento, os pais de Narciso chamaram um Oráculo para prever o seu destino. O Oráculo disse que, se Narciso nunca visse a sua própria imagem, este teria uma vida longa. Mas, um belo dia, como sentia sede, Narciso debruçou-se sobre um rio para beber água e, ao fazê-lo, mirou-se no reflexo. A imagem que viu foi apaixonante e por lá ficou muito tempo a admirá-la, curvando-se cada vez mais para a água. Um dia, apercebeu-se que a imagem pela qual se tinha apaixonado, era, na realidade o reflexo de si próprio. Então, desembainhou a espada e, em desespero, matou-se à beira do rio. No seu lugar nasceu esta bela flor que, tal como Narciso, dobra-se para baixo, ao contrário das outras que florescem sempre viradas para cima.
 
É também a partir deste mito que nasce o termo: "Narcisismo" que, de um modo resumido, designa um indivíduo que se torna numa pessoa demasiado fechada, egocêntrica, insensível, egoísta, vaidosa e solitária.
 
Em termos botânicos, os Narcisos significam egoísmo mas, ao mesmo tempo, também podem significar beleza e encanto.
 
Para quem gosta destas lindas flores (como eu!) e também quer tê-las no seu jardim, tem que esperar pelo início do Outono, que é a época em que se deve plantá-las para que elas possam nascer no início da Primavera. Mas, já ouvi dizer que, para quem quer utilizar esta planta como decoração dentro de casa, com o ambiente indicado, esta pode florescer quase todo o ano!!
 
Mas as novidades sobre os Narcisos não ficam só por aqui! Para os meus queridos leitores, (que ainda não desistiram e resolveram ler este artigo até ao fim), ainda tenho mais uma coisinha a dizer sobre esta planta, rica em tanto aspeto:
 
- Além de ser usada, desde a antiguidade como essência perfumada, estima-se que os Narcisos também tenham características medicinais. É isso mesmo! A mais recente é que várias espécies desta planta contêm uma variada gama de alcaloides. Por isso, tem-se vindo a estudar a extração de galantamina para fins terapêuticos, especialmente a doença de Alzheimer. Os narcisos apresentam outras propriedades medicinais contudo, o seu manuseamento deve ser feito com extrema precaução pois são plantas extremamente tóxicas e narcóticas.
 
Seja como for, caríssimo leitor, a mim agrada-me ir para o meu alpendre, sentar-me e ficar a olhar para eles... Parecem tão delicados, com as suas finas hastes a dançar ao sabor da brisa....
Não os vejo, como debruçados sobre si próprios, impedindo-nos de os admirarmos em condições. Vejo-os debruçados ao encanto do Sol, em sinal de reverência, como se, por serem amarelos como esta estrela brilhante e quente, não pudessem competir com ela neste mundo! Vejo-os como uma flor alegre e social. Às vezes, quando o vento as faz baloiçar um pouco mais, elas parecem conversar umas com as outras, rindo entre si, resplandecendo de alegria na sua cor de um amarelo-vivo, mas ao mesmo tempo, curvando-se perante o Sol que as acaricia e aquece por entre a sombra dos ramos dos castanheiros que rodeiam a casa.

 
 

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